New Orleans, 16 de abril de 2011 às 07:11
Finalmente conseguimos encontrar o Sr. Louis novamente. Ele nos pediu desculpas por ter desaparecido. Disse que sabia que iamos procura-lo, mas ele ficou doente por todos esses dias. Disse que algo estranho aconteceu com ele, pois nunca havia ficado doente dessa forma.
Quando ele resolveu falar, ficamos muito assustadas com o que ele disse. Vou tentar transcrever tudo o que ele nos disse:
- Sei exatamente pelo que estão passando, e vou ajuda-las a se livrar do que acontece. Vou explicar o que houve.
- Quando pratiquei o ritual para contactar minha mãe, fui amaldiçoado. Como disse a voces, estou condenado a viver a eternidade esperando pela volta de meu pai. Não vou morrer. Mesmo essa doença que me deixou de cama não seria capaz de me matar. Estou condenado a ver muito sangue durante minha eterna existência.
- Quando terminei o ritual para contactar minha mãe, voltei para a minha residência. Sabem onde eu morava? Nessa mesma casa onde vocês estão hospedadas.
Nessa hora senti um frio na barriga. Depois ele continuou:
Na mesma noite, recebi a visita de um espirito. Uma outra alma de mulher que queria ajuda. Uma mulher linda, de cabelos longos e brancos. Muito, muito jovem. Disse que eu abri um portal das almas, e que essas almas presas em nosso mundo precisam de ajuda. Resolvi ajuda-la. Foi ai que cometi o maior erro da minha vida.
- Essa mulher me convenceu a fazer um ritual dentro da casa, no quarto do guarda-roupa de madeira escura. Sentei na cama e comecei o ritual. Nesse momento, senti algo pressionando minha garganta e desmaiei. Acordei algumas horas depois, deitado no chão. A última coisa que vi em casa era um símbolo com dois tridentes e grafismos estranhos escritos embaixo da cama.
- Depois de alguns anos entendi o que aconteceu. Essa mulher não queria ajuda para se salvar. Ela me usou para abrir um portal e trazer espiritos para a terra. Esses espíritos se apoderam do corpo das pessoas que dormem sobre esse símbolo.
Nesse momento tudo fazia sentido. Esse quarto era o da Renata, e ela dormiu exatamente sobre esse símbolo. Mas depois ele disse algo que me deixou mais assustada ainda:
- O espirito que se apodera do corpo elege suas vítimas por pequenas marcas. Repare se alguém ou algum objeto foi marcado em forma de cruz.
Estou apavorada! Eu usei a camisa com a marca de cruz!
- Agora, quero que façam algo para que eu possa ajuda-las: Voltem aqui na sexta-feira de páscoa, dia 22 e tragam o boneco de palha. Com ele posso tentar reverter a maldição
Todas começamos a chorar. Sabiamos que estavamos mexendo com coisas graves. Decidimos que vamos pegar o boneco e tentar sair da casa. Não quero mais voltar para aquele lugar.
Temos quase uma semana para esperar. Não aguento mais de ansiedade. Espero que tudo dê certo.
Publicado por: Maria A. C.
New Orleans, 18 de abril de 2011 às 14:43
Tivemos que voltar para a casa. Não existem vagas nos hotéis e as pessoas do bairro não querem nos hospedar. Durante esses dois dias, nada de estranho aconteceu. Tenho rezado todos os dias e pedindo para que nada aconteça com a gente, mas estou com um mal pressentimento.
Publicado por: Maria A. C.
New Orleans, 24 de abril de 2011 às 22:11
Desculpem pela demora em responder, mas aconteceu algo terrível no encontro com Sr. Louis. E depois do encontro também.
Estávamos a caminho do museu para encontrar aquele homem que disse que iria nos ajudar. Eram umas 21:00. Estávamos prontas para sair quando notamos que Lívia não estava conosco. Procuramos desesperadamente por todo o lugar, afinal, era nossa chance de acabar com a maldição que nos perseguia. Resolvemos que iriamos somente eu e a Renata, e a Sara ficaria procurando por Lívia. O que me assustou foi que ela nunca deu trabalho e sumir assim de repente me deixou preocupada.
Partimos ao encontro do Sr. Louis eu e Renata. Fiquei apreensiva da Renata surtar novamente, mas o que me tranquilizou era saber que aquele homem poderia nos ajudar, mesmo se ela tivesse algum ataque ou possessão, como queiram chamar.
Entramos no museu e cumprimentamos o Sr. Louis. Era quase 23:00. Tudo estava bem silencioso e tranquilo. As 23:45 ele resolveu começar o riual. E ai que aconteceu a tragédia.
Estávamos em uma sala oval, cheia de elementos de vudú, como roupas e adereços. Sr. Louis pegou um colar de ossos e colocou no pescoço. Sentou-se no meio da sala e pediu o boneco de palha que haviamos trazido.
Ele acendeu um fósforo e queimou parte da cabeça do boneco. Entoou alguns cânticos indecifráveis e de repente, a fumaça negra começou a ficar vermelha. Ele nos tranquilizou. Disse que aquilo era um bom sinal.
Quinze minutos depois, ele disse que havia terminado. O espírito não estava mais na casa. Ele conseguiu libertar o espírito da sua mãe que estava presa e que fazia tão mal as pessoas. De repente, sua fisionomia mudou. Seus olhos ficaram amarelados e saiam coisas de sua boca como se fossem vermes. Ele ficou parado, com o corpo imóvel e de pé na casa. Seus olhos começaram a sangrar. Seus gritos ecoavam por todo o museu. Não sei se foi uma alucinação, mas tenho certeza que ouvi gargalhadas durante esse acontecimento.
Em uma fração de segundos, aquele homem grande e forte foi jogado contra a parede. Havia mais alguém lá naquele lugar. Ele apenas gritava "Finalmente mamãe"!
Tentamos sair correndo, mas antes de chegarmos a porta, o corpo do homem foi arremessado contra ela, impedindo nossa passagem. Ficamos muito assustadas. De repente, houve um silêncio.
Alguns segundos se passaram. Achamos que Sr. Louis estava morto. Subitamente, ele começa a se debater, tentando arrancar sua camisa gritando "Está queimando! Tira isso de mim!"
Ao arrancarmos sua camisa, estavs sendo escrito em seu corpo, como se alguém com uma barra de ferro incandecente passasse pelo corpo do pobre homem, e as marcas de carne queimada tinham os dizeres em inglês "Maria, volte para casa".
Começamos a gritar, até que ele me pegou pelo braço e me disse:
- Obrigado por me libertar, mas sua amiga corre perigo.
Quando seu corpo caiu sem vida pela sala, conseguimos abrir a porta e correr para casa. Tinhamos que pegar Sara e procurar a Lívia, que ainda deveria estar desaparecida e correndo perigo, como ele disse.
Entramos em casa correndo, e me deparei com a cena mais assustadora da minha vida: Sara estava deitada no chão, toda ensanguentada, com marcas de unhas por toda a sua face e com uma das orelhas arrancadas. Foi terrível!
Renata desmaiou. Corri para ver se ajudava Sara mas já era tarde. Ela estava morta. Enquanto eu estava ajoelhada no chão tentando ajuda-la, ouvi passos. Pensei que fosse Renata, mas na verdade era Lívia, com uma fisionomia demoníaca e as mãos e boca ensanguentadas. Antes de desmaiar também, ela falou com uma voz demoníaca:
- Sua vida é sugada pela energia dos fracos e os fracos temem por sua vida. Não haverá piedade.
Sai correndo da casa. Passei a noite fora. Renata me encontrou na rua e voltamos para casa. O corpo de Sara não está mais lá e Lívia desapareceu novamente. Faz dias que não temos notícia dela. Estamos com muito medo.
Publicado por: Maria A. C.
New Orleans, 01 de maio de 2011 às 20:23
Finalmente consegui me conectar novamente. Apesar de tudo o que passamos, parece que as coisas estão começando a melhorar.
Na semana passada, depois de tudo aquilo que aconteceu com Lívia e Sara, resolvemos ficar fora de casa. Passamos praticamente dois dias na rua. Mas finalmente conseguimos encontrar um hotel para nos abrigar. Mas nem todas as notícias são boas. Sabem onde fica o hotel? No French Quarter. O hotel chama-se Andrew Jackson Hotel. E o pior de tudo? Fica há duas quadras da casa de Julie, o fantasma da mãe do Sr. Louis.
Depois de tudo o que ocorreu, creio que ela não deve estar mais no casarão. Isso me dá um pouco de segurança.
Infelizmente temos que voltar para a casa para pegar nossas coisas. Estamos tentando nos comunicar com as famílias no Brasil mas não estamos conseguindo. Quando tiver novidades, eu aviso.
Publicado por: Maria A. C.
New Orleans, 07 de maio de 2011 às 11:56
Meu Deus! Estamos há dias tentando ligar para nossas famílias e ninguém nos atende. Agora a pouco, tentei ligar para a casa dos meus pais. Chamou por diversas vezes e quando atendeu, uma voz macabra disse ao telefone:
- Estão todos mortos!
Joguei o telefone no chão e pedi para Renata tentar ligar para os seus pais. A mesma situação. Quando ela ouviu a voz no telefone, começou a tremer e a chorar. Não sei mais o que vamos fazer! Temos que ir embora logo daqui!
Publicado por: Maria A. C.
New Orleans, 15 de maio de 2011 às 18:47
Ontem voltamos para a casa para pegar algumas coisas. Ficamos mais de uma semana sem pisar lá dentro. Renata ficou do lado de fora e eu entrei para pegarmos as coisas. Não quis demorar muito. Peguei somente as roupas no guarda-roupa e a mala da Renata e saí de lá muito rápido. Ainda restaram algumas coisas lá. Teremos que voltar. Mas parece que as coisas estão indo bem, pelo menos na casa.
O que me preocupou foi uma foto que tiramos na quando estávamos voltando para o hotel. Resolvemos parar em frente da casa onde Julie costumava assombrar, na 732 Royal Street New Orleans. Perguntamos aos comerciantes e eles dizem que está tudo normal, que nada tem acontecido e que ninguém tem ido lá. Notamos que uma das janelas estava aberta. Perguntamos ao comerciante sobre isso e ele disse que aquela janela não tem trava, e que o vento fica movimentando-a o dia todo.
Olhei para essa janela que estava aberta. Em uma primeira olhada rápida achei que havia um vulto na janela. Resolvi pegar a câmera para bater uma foto. O resultado me deixou apavorada. Parece que é ela mesma, como a história que foi contada durante o tour. O que mais me assustou foi que parece que ela está olhando para a camera. Ela sabe que somos nós.
Saímos de lá rapidamente e voltamos pelo hotel. Pelo visto, não estamos livres desse fantasma.
Publicado por: Maria A. C.
New Orleans, 22 de maio de 2011 às 16:59
Cada vez que entro naquela casa, me arrependo até o último fio de cabelo.
Como já disse, tinhamos que voltar para a casa e pegar nossas coisas. Inclusive, tinhamos que verificar o que fazer com as malas das outras meninas, já que as duas "desapareceram".
Ontem, depois de muita discussão entre eu e Renata, resolvemos voltar até a casa. Dessa vez entramos as duas. Resolvemos ir durante o dia para evitar problemas na escuridão. Mesmo assim não adiantou nada.
Quando entramos na casa, encontramos quase tudo como deixamos. Apenas muita poeira pela casa e as roupas de Sara e Lívia em seus devidos quartos.
Pegamos as nossas últimas malas e levamos até o táxi. Quando voltamos para pegar as malas das meninas, uma coisa assustadora aconteceu.
Entramos na casa. Quando passamos pela sala, a porta se fechou sozinha. Tudo ficou escuro. parecia que em cinco segundos o sol havia baixado e virado noite. Ficamos imóveis, e atentas ao que poderia acontecer.
De repente, ouvimos um choro de criança bem baixinho. Chegamos perto da escada e vimos uma criança de cabelos compridos e lisos, abaixada com a cabeça entre os joelhos, e tremendo muito. Renata me cutucou para chegarmos perto. Resolvemos investigar.
Fomos nos aproximando da criança, que vestia algo como uma camisola branca. Pelo seu tamanho não aparentava ter mais de seis anos. Perguntei se estava tudo bem, mas nada da criança responder.
Renata foi tocar a cabeça da criança. Quando ela botou a mão próximo a nuca, a cabeça se mecheu. Os cabelos começaram a cair de lado e foi possível ver a face da criança. Ela estava com a cabeça virada em 180 graus. Estava com os olhos vermelhos, e chorando. Aquela cena me deixou apavorada.
Demos alguns passos para trás, e a criança se levantou. Andava em nossa direção, de costas mas com a cabeça virara para nós. Impossível um ser humano fazer isso. Seu queixo tocava a etiqueta da camisola. Ela continuou caminhando e começou a falar:
- Não me deixem aqui, por favor!
Conforme ela foi se aproximando, conseguimos reconhecer a criança: Aquela era Sara, quanto tinha seus seis anos de idade. Reconhecemos rápido, pois crescemos juntas. Comecei a tremer de desespero. A criança continuava vindo em minha direção, agora, estendendo os braços pálidos e magros, mas com seus polegares apontados para baixo.
- Tenho medo de ficar sozinha. Ela vai voltar logo!
Aquilo mexeu conosco. Renata resolveu chegar perto e abraça-la. Mas quando estava quase com os braços da criança em seus ombros, a fisionomia da pequena Sara mudou. Seus dentes ficaram pontiagudos e tentava morder o braço da Renata. Corri para ajuda-la. Dei um chute na boca do pequeno monstro, que caiu e começou a gemer como um porco agonizante. Ela se debatia e se machucava, deixando marcas de sangue por todo chão que ficava rolando. Suas pequenas unhas arranhavam o chão de madeira, fazendo um barulho assustador de unhas e madeiras rachando.
Conseguimos abrir a porta e corremos para o táxi. Estamos pensando seriamente em deixar as coisas das outras meninas ai e nunca mais voltar. Mas não sei o que fazer. Precisamos ajudar nossas amigas, entender o que aconteceu.
Publicado por: Maria A. C.
New Orleans, 31 de maio de 2011 às 09:47
Desistimos de brigar com o sobrenatural. Mas acho que arrumamos mais problemas do que solução.
Ontem fomos até a polícia comunicar o fato que ocorreu com nossas amigas. Dissemos que presenciamos a morte de Sara e que nossa amiga Lívia era a grande suspeita, já que nos atacou toda ensanguentada. O policial pediu nossos documentos e se tínhamos os documentos delas. Apresentamos nossos passaportes mas dissemos que os delas ficaram na casa.
Ele pediu o nome completo, para verificar os registros na imigração. Os nomes das duas não aparecem na lista de pessoas que entraram nos Estados Unidos! O meu nome e o de Renata estão lá, mas o de Sara e Lívia não aparecem.
Um policial foi designado para ir até a casa, e disse que não encontrou nada na casa. Que não havia documentação nenhuma nem vestígios de que alguém estaria por lá. Não há roupas, malas ou coisas do tipo.
Fomos dispensadas, com a promessa que iriam "investigar" o caso, mas pela cara que eles estão, não parece que vão nos levar a sério.
E para não dizer que as coisas não podem piorar, fui olhar a foto do meu passaporte e adivinhem que roupa estou usando? A camisa que foi marcada com uma cruz na nuca. Parece que existe alguma perseguição sobrenatural que ainda não consegui entender.
Publicado por: Maria A. C.
New Orleans, 09 de junho de 2011 às 16:41
Ando tendo sonhos assustadores nos últimos dias. Está difícil manter a calma nesse momento. Foram diversos sonhos, mas vou contar o mais assustador que tive nessa semana... e o que deve estar por vir...
Na noite de terça para quarta, sonhei que estavamos nós quatro: eu, Renata, Lívia e Sara no parquei do Ibirapuera, em São Paulo. Era um dia claro e bonito, mas o parque estava deserto. Andavamos de bicicleta. Durante o percurso, Sara se desequilibrou e caiu. Paramos todas para ajudar.
Quando fui puxá-la pelo braço, sua fisionomia mudou para aquela da criança que vimos na casa há algumas semanas. Saí de perto, mas quando olhei para trás as outras meninas tinham uma fisionomia parecida: Estavam todas com rostos de quando eram crianças, mas com a face toda machucada. Lembravam muito a menina do filme "O Exorcista". Tentei correr mas elas me agarraram e me levaram para o lago. As aves que estavam lá voavam assustadas, enquanto aqueles monstros deformados me carregavam. Eu gritava e tentava me soltar, até que quando chegamos a um ponto onde a água batia na minha cintura, Renata me pegou pelos cabelos e afundou minha cabeça na água, tentando me afogar. Eu me debatia, me sentia asfixiada. Consegui levantar a cabeça umas duas vezes, até que na terceira ví o rosto da Renata no fundo do lago, mas com uma fisionomia calma e serena, de olhos fechados, como se estivesse morta.
Nesse momento acordei desesperada, escorrendo suor e tremendo. Quando acordei, saí correndo para ver como Renata estava.
Ela estava dormindo, com a mesma fisionomia que eu havia visto na água.
Foi ai que algo estranho aconteceu.
Renata começou a falar. Gemia e chamava por "Meu filho... meu filho..." mas não com a sua voz. Tentei acorda-la, e ela levantou de repente e me agarrou o pescoço gritando:
- Quatro de julho! Quatro de julho!
Depois disso ela acordou. Disse que teve um pesadelo terrível. Disse que teve uma visão da garçonete do restaurante, do fantasma de Julie e de Sara. Disse que a garçonete estava lutando com Julie que queria me atacar e Sara correu em minha direção gritando "Saia daqui antes de quatro de julho! Quatro de julho!"
Nos abraçamos e começamos a chorar. Não sei o que fazer.
Publicado por: Maria A. C.
New Orleans, 15 de junho de 2011 às 23:57
Estou mandando esta mensagem para que alguém consiga entender o que anda acontecendo! Estou sendo perseguida! Algo muito ruim está acontecendo conosco!
Lembram do sonho anterior que contei, de ser afogada pelas minhas amigas? Pois bem, depois desse dia, tenho pesadelos terríveis a cada dia, mas essa história contarei mais em breve. Vejam o que aconteceu comigo agora há pouco.
Fomos dormir por volta das 21:00. Estavamos muito cansadas. Ouvi Renata respirando fundo, sinal que já tinha pego no sono e eu dormi logo em seguida.
Tive mais um daqueles pesadelos terríveis. Sonhei que estava na casa de Sara e que Lívia esmurrava a porta desesperadamente tentando nos atacar. Quando ela finalmente quebrou a porta eu acordei. Mas quando acordei tive a pior sensação da minha vida.
Senti que havia alguém deitado ao meu lado. Estava escuro, e não conseguia ver quem era. Pensei que fosse a Renata, mas quando toquei em seu braço, senti a pele gelada nos meus dedos. O corpo começou a se mexer lentamente, como se estivesse dormindo. Sentei na cama e tentei sair devagar, para que essa coisa não me notasse. Quando estava quase saindo da cama, senti uma mão gelada pegar meu calcanhar. Ela me puxava para a cama enquanto eu me debatia para me livrar dela.
Gritei por socorro e Renata me ouviu. Ela não teve tempo de gritar: Veio em minha direção e pegou uma caneta e começou a cravar nas costas daquela coisa. Depois da primeira apunhalada, o ser de longos cabelos deixou que víssemos sua face: Era Lívia, possuida por algo que não consigo descrever, com olhos vermelhos de sangue e pele pálida e destruida.
Mas na segunda apunhalada quem gritou fui eu. Ela avançou em minha perna e começou a morder meu tornozelo. Eu gritava de dor enquanto tentava arrancar aquela coisa da minha perna. Parecia um cão faminto abatendo uma presa. Quando consegui sair, notei que minha perna sangrava muito, e um pedaço de pele estava na boca daquele ser. Renata desferiu um último golpe que cravou a caneta no pescoço daquilo que era Lívia. Um sangue negro jorrava pelo pescoço manchando as paredes do quarto.
O ser se jogou pela janela. O barulho acordou os outros hospedes e dois seguranças vieram nos ajudar. Contamos a história mas eles não acreditaram. Ouvi alguém falando baixinho que achava que estavamos fazendo alguma orgia sangrenta no quarto, e que isso é comum entre os turistas de New Orleans. Resolvemos ignorar.
Passei alcool em minha perna e fiz um curativo, mas tenho que esperar amanhecer para ir ao médico. Não vou mais conseguir dormir no quarto. Renata está limpando o sangue que ficou espalhado pelo quarto para tentarmos pensar em um plano de sobrevivência desses seres demoníacos.
Publicado por: Maria A. C.
New Orleans, 27 de junho de 2011 às 18:23
Que noite assustadora... Bem, vou tentar organizar as idéias, mas minhas mãos não param de tremer... foi a pior noite que tive aqui nessa cidade.
As coisas pareciam estar se acalmando. Fui ao médico, mas não era nada de grave. Os funcionários daqui acham que somos malucas, mas consertaram janela e disseram que colocarão o valor em nossa conta.
Na verdade, tivemos noites mais tranquilas. Estamos tentamos nos organizar para ir embora daqui o mais breve possível, mas só conseguimos remarcar nossos vôos para o dia 11 de julho. Depois do que aconteceu hoje, tenho medo do que pode acontecer se eu não sair daqui até o dia quatro, como já disse a vocês anteriormente.
Estava revendo tudo o que havíamos publicado nesse diário no Apocalipse2000. Eu estava no computador enquanto Renata assistia televisão. Devia ser umas onze horas da noite. Pouco antes de desligar, fui ao banheiro e deixei o computador ligado. Ouvi um clique, mas achei que fosse imaginação. Fui dormir.
Quando me deitei na cama, senti um calafrio. O quarto estava gelado e tive a sensação de que não estavamos mais sozinhas. Mantive-me calma, mas de olhos bem abertos.
Ouvi passos. O rangido do piso de madeira deixava claro que havia mais de uma pessoa caminhando pelo quarto. Não era Renata, e se era, não estava sozinha. Resolvi agir. Levantei rápido e acendi a luz, e elas estavam lá.
Sara e Lívia, com suas fisionomias demoníacas, pálidas e com suas bocas ensanguentadas se assustaram com a luz. Tentei correr mas minha perna machucada me impediu. Fui atingida por um copo lançado por Sara em minha direção e desmaiei. Só me lembro disso durante horas.
Quando acordei, depois de algumas horas, os demônios ainda estavam por lá. Elas haviam amarrado Renata também na cama mas não haviam feito mal para ela... pelo menos ainda.
Os seres infernais esperaram eu acordar para atacar minha amiga. Sara foi a primeira, a atacar os pés de Renata e morde-los de forma voraz. Renata tentava gritar, mas era impossível com o pano que cobria sua boca. Lívia estava parada, olhando e analisando por onde começaria seu ataque. Foi direto em sua barriga. Ela arrancava pedaços de pele com os dentes e mastigava. As duas pareciam cachorros selvagens atacando uma presa indefesa. Eu gritava por ajuda... chorava... mas parece que ninguém me ouvia.
Algumas vezes elas paravam e olhavam Renata se debater de dor. Elas tinham prazer naquilo. Estavam extasiadas.
Num golpe derradeiro, as duas saltaram no pescoço de Renata, cada uma de um lado. Ela tentava sair, mas era impossível. Aquelas malditas estavam sedentas por sangue e lambiam cada gota que escorria pelo corpo de Renata, até que seu corpo parou de se mexer.
Quando terminaram, elas vieram na minha direção. Fui sufocada pelas mãos de Lívia, toda ensanguentada e desmaiei novamente.
Acordei pela manhã com um susto terrível: Renata estava dentro de um saco transparente, pendurada no teto do quarto. Seus olhos estavam abertos e tive a sensação de ver sua mão se mexer. Tentei toca-la mas ela estava fria. Estava morta. Ainda pingava sangue no quarto, que teve o chão coberto pelo sangue da minha amiga. Peguei as coisas e saí de lá.
Larguei tudo naquele hotel. Fiquei somente com a roupa do corpo e o computador. Mais tarde, depois de me acalmar e me hospedar em um outro hotel, resolvi abrir o computador e descobri o que era aquele "clique" que ouvi antes de dormir. Alguém tirou uma foto do meu computador. E vejam o que apareceu...
Agora estou sozinha nessa cidade. Não sei mais o que fazer. Quero voltar para casa, mas acho que vou precisar voltar a aquele hotel para pegar meu passaporte e minhas coisas. Meus Deus! Quando isso vai acabar?
Publicado por: Maria A. C.
New Orleans, 03 de julho de 2011 às 23:23
Desisti do hotel. Estou indo direto para o aeroporto tentar ir embora. Estou tentando antecipação do meu voo, mas eles mantém meu bilhete para 11 de julho. Não quero saber mais de ficar em casa nenhuma. Dormirei no aeroporto até que eu consiga ir embora.
Meu computador anda meio estranho. Algumas mensagens esquisitas estão aparecendo. Vou tentar passar um anti-vírus.
Publicado por: Maria A. C.
New Orleans, 04 de julho de 2011 às 00:01
VOCÊ VAI MORRER, MARIA!
Publicado por: Maria A. C.
New Orleans, LA Local News, Breaking News, Sports & Weather - NOLA.com - 05/07/2011
Jovem brasileira se suicida no Aeroporto Internacional de New Orleans
A jovem brasileira Maria A.C. foi encontrada morta ontem no Aeroporto Internacional Louis Armstrong, no terminal B 11.
Durante sua ronda, o segurança do aeroporto, Martin Stalker encontrou o corpo da jovem pendurado no teto do aeroporto. "Foi a cena mais assustadora da minha vida. Tentei tira-la de lá mas não tive forças", disse o segurança. Seu corpo ainda pingava sangue, e seu pescoço estava amarrado por uma camiseta branca. O único detalhe da peça que a enforcava era uma marca em forma de cruz na área da nuca da camiseta e um pequeno boneco vudú de palha preso a sua cintura.
A polícia trabalha com a hipótese de suicídio, já que uma escada foi encontrada próxima ao corpo e o pano que envolve seu pescoço tem marcas semelhantes as encontradas em suas mãos.
O que intriga os peritos são as marcas de unhas em sua face. Parece que antes de se enforcar a jovem tentou se desfigurar utilizando suas próprias unhas. Seu rosto está todo ensanguentado, e seus olhos foram muito machucados por suas unhas. O pescoço e barriga tem marcas profundas de unhas. Os peritos vão avaliar se os pedaços de pele nas unhas da jovem são dessas partes machucadas.
Maria estava descalça, sem mala e apenas com um notebook próximo a suas coisas. Na tela do notebook aparecia um texto que Maria vinha escrevendo durante sua viagem, com passagens fantasiosas de fantasmas e zumbis matando suas amigas, o que reforça a tese de que ela estava passando por distúrbios psicológicos.
Com as informações coletadas, a polícia acredita que pode ter chegado ao fim a busca pelo psicopata que assassinou as três brasileiras que passavam uma temporada em New Orleans. Sara, Lívia e Renata foram assassinadas com requintes de crueldade, e a suspeita é que Maria tenha as assssinado e depois tenha cometido suicídio.
O que fortalece a hipótese de suicídio da assassina de suas amigas é a frase encontrada marcada com sangue no vidro do terminal. A frase "Sua vida é sugada pela energia dos fracos e os fracos temem por sua vida. Não haverá piedade" foi pintada com seu próprio sangue com suas mãos e também foi encontrada na cena do crime das demais jovens. Não existem marcas ou qualquer digital de outras pessoas na cena do crime.
Publicado por: New Orleans, LA Local News, Breaking News, Sports & Weather - NOLA.com
*Juuh
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